04/09/2020 19:00

Fundação Grupo Boticário seleciona 28 soluções inovadoras para alavancar turismo em áreas naturais no Brasil

Propostas avançam para última etapa da “teia de soluções”, na qual participarão de processo de mentoria e coconstrução. Ao final, melhores projetos terão apoio financeiro para serem viabilizados

 

A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza selecionou as 28 propostas finalistas – entre 473 inscritas – que seguirão para a última etapa da “teia de soluções”, iniciativa lançada neste ano com o objetivo de identificar, aprimorar e apoiar projetos que ajudem a alavancar o turismo em áreas naturais no Brasil. Nas próximas semanas, cada solução passará por um processo individual de mentoria on-line e cocriação, sendo avaliada e aperfeiçoada por uma rede de especialistas externos em áreas como conservação da biodiversidade, inovação, negócios e capacitação no trade turístico.


O time de mentores contribuirá com a identificação das potencialidades e dos pontos de melhoria de cada projeto, levando em conta critérios como escalabilidade operacional e sustentabilidade financeira. Durante o processo, haverá a possibilidade de propostas sinérgicas se unirem, aproveitando complementaridades e potenciais de inovação. Ao final, os projetos serão avaliados por uma banca e as melhores iniciativas receberão apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário, totalizando até R$ 2 milhões.


“O turismo é uma atividade catalisadora de desenvolvimento socioeconômico e que, ao mesmo tempo, é capaz de estimular a proteção de nossos ambientes naturais. É uma das áreas mais afetadas pelo contexto da pandemia e que precisa de apoio, especialmente o ramo conduzido em áreas naturais – uma tendência para o momento pós-Covid e que contribui com a geração e distribuição de renda em localidades mais distantes”, explica a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes.
Soluções


A proposta da “teia de soluções” foi estimular a sociedade a apontar os principais desafios para o turismo em áreas naturais e, em um segundo momento, apresentar soluções para as principais demandas identificadas. Dos 553 desafios inscritos, quatro lacunas foram identificadas: atividades turísticas de observação de animais e plantas, novos modelos de negócios que tenham o turismo de natureza no planejamento, inovações que melhorem a experiência do turista e mecanismos que contribuam com o engajamento do visitante a favor da proteção do meio ambiente.


Com foco nesses desafios, foram inscritas 473 propostas de soluções, das quais foram selecionadas as 28 que avançam para a fase de mentoria e cocriação. Em comum, elas apresentam a capacidade de alavancar o turismo de natureza em suas regiões, a ampliação do engajamento dos turistas, a promoção da educação ambiental em relação aos ambientes naturais e à biodiversidade e o desenvolvimento de plataformas digitais para a democratização de acesso à informação.


Entre as ideias que passam para a próxima etapa da “teia de soluções” estão o uso da ciência para indicar um conjunto de destinos turísticos que possibilite a observação de ao menos 95% das espécies de aves da Amazônia brasileira; a criação de trilhas, produtos e serviços turísticos integrados às comunidades locais; e diferentes mecanismos e plataformas tecnológicas que facilitem o acesso à informação e ao conhecimento.

  

Soluções selecionadas para a fase de mentoria:
Desafio 1 – Turismo de observação de fauna e flora

- Fabiano Rodrigues de Melo - Desenvolvimento de aplicativo para smartphone, onde o usuário coleciona observações de primatas, que tornam-se disponíveis ao público e à ciência, fomentando visitações nos locais de ocorrência e sua conservação.
- Leonardo Pereira Gomes - Otimizar e escalar a metodologia de turismo de avistamento de fauna executada ao longo dos últimos nove anos pela Associação Onçafari.
- Marcelo Derzi Vidal - Monitoramento, avaliação e mitigação dos impactos negativos das interações turísticas com botos e jacarés no Baixo Rio Negro, Amazônia Central.
- Marcos Rodolfo Amend - Integrar ciência e ações locais estruturadas para identificar e desenvolver os destinos turísticos que permitem a observação de pelo menos 95% das espécies de aves da Amazônia brasileira.
- Matheus Oliveira Freitas - Usar o Mero como gerador de renda, através da promoção e articulação do turismo de experiência (científico, comunitário e mergulho) na Grande Reserva da Mata Atlântica.
- Virgilio Teixeira Machado - Criar um mercado consistente de observação de aves e imersão na natureza, consolidando a Macaw como empresa, com abordagem estratégica inédita, dando sequência ao modelo piloto que abrange o trecho entre Salvador e o Litoral Norte da Bahia, associando conservação com geração de renda.

 

Desafio 2 – Novos modelos de negócio

- Antonio Francisco Furtado Ribeiro - Tornar o turismo na Chapada dos Veadeiros mais regenerativo, com os visitantes colaborando na preservação do Cerrado, de uma forma inovadora.
- Daniel Cabrera Abdulmassih Espir - Vivalá é um negócio social que alia ecoturismo de base comunitária e voluntariado de capacitação profissional em comunidades do Rio Negro, Tapajós, Solimões, Lençóis Maranhenses e Chapada dos Veadeiros.
- Eloise S. Botelho - Promover a rede de turismo local, fortalecendo os micro e pequenos empreendimentos e os roteiros que envolvem serviços e atrativos naturais e culturais que têm nos manguezais da Área de Preservação Ambiental (APA) Guapi-Mirim sua principal fonte de inspiração.
- Fabiano Rosas Rocha - Solução de hospedagem, arquitetura sustentável para operação de glamping em áreas naturais, com estrutura replicável inspirada na natureza que traz resistência e design natural.
- Jamil Ramsi Farkat Diogenes - Desenvolver o ecoturismo em reservas naturais e unidades de conservação do semiárido da Caatinga, promovendo um match entre o operador do negócio e o investidor interessado.
- Lívia de Paiva Pacheco - Contribuir para a implementação de negócios rentáveis em comunidades do entorno do Parque Nacional Serra do Cipó, por meio da cocriação de produtos inovadores e do estímulo à gestão em rede, de forma a aliar o uso público à conservação dos biomas e à valorização da identidade local.
- Marcela de Marins - Modelo de negócio para captar recursos provenientes da prestação de serviços no Parque Nacional Chapada Diamantina e realizar a contrapartida de capacitar os condutores de visitantes, gerando melhores experiências para turistas e comunidade local junto à natureza.
- Marcus Vinícius Concatto - Conectar o turismo cultural e de natureza na Grande Reserva Mata Atlântica de forma responsável, tendo como protagonistas os pequenos e médios empreendedores, produtores locais e Unidades de Conservação.
- Marina Copeliovitch - Wishtrip: dar aos destinos de natureza o poder de se tornarem destinos inteligentes e oferecer a cada visitante a oportunidade de exploração de maneira mais interativa, educativa e responsável.
- Rudã Fernandes Brandão Santos - BioFábrica Azul: uma base de transplantação de corais que se integra ao turismo local, gerando novas atrações a fim de fomentar a conservação e um cluster de bionegócios.
- Rulian Belinski Maftum - Acelera Natureza é um programa de apoio para que as Reservas Particulares do Patrimônio Natural criem suas próprias oportunidades e transformem preservação em negócio.

 

Desafio 3 – Experiência do turista
- Alessandro de Oliveira Neiva - Criar e implantar o Circuito RPPN Veadeiros, um roteiro turístico voltado à integração e valorização das RPPN da Chapada dos Veadeiros.
- João Bittencourt Lino - Criar um sistema de trilhas de longo curso em Cavalcante (GO) promovendo a conexão dos visitantes e moradores com os atrativos naturais, unidades de conservação, comunidades tradicionais e a cidade de forma integrada.
- Luiz Fernando Ferreira - Oferecer ao visitante de Cachoeiras de Macacú o acesso, pelo celular, a informações especializadas sobre atrativos, equipamentos, serviços e infraestrutura turística, disponíveis em um sistema de informações criado no município.

 

Desafio 4 - Engajamento do visitante na proteção do meio ambiente
- Alexander Copello Moraes - Utilizar a realidade virtual como instrumento de comunicação para apresentar atividades turísticas em áreas naturais, proporcionando assim uma experiência instigante, que motive o indivíduo a realizar visitas presenciais e ampliar o fluxo turístico dessas localidades.
- Ary de Oliveira Russo - Estimular o engajamento e o compromisso de crianças, jovens e adultos, com a promoção de uma cultura das áreas protegidas, por meio de ferramentas de gamificação que integrem temas relacionados à sociobiodiversidade, folclore e fortaleçam a identidade com os territórios protegidos.
- Eliseth Ribeiro Leão (Lis Leão) - Um tempo com a natureza: a conexão com a natureza como cuidado integrativo para a promoção do autocuidado em saúde e conservação da biodiversidade.
- Fazenda Boa Vista - Engajar a sociedade na conservação e recuperação da Mata Atlântica por meio da conexão de áreas naturais a partir da implantação participativa de uma trilha de quatro mil quilômetros, promovendo o turismo responsável, com desenvolvimento socioeconômico inclusivo e valorização do patrimônio natural e cultural.
- Patricia Fuzeti Elias - Elaborar diretrizes para o "Banho de Floresta", como estímulo à aproximação da sociedade às áreas naturais - entrelaçando os caminhos que conduzem à saúde humana, à preservação ambiental e à geração de benefícios socioeconômicos às comunidades locais.
- Paula Lobo Rascão - E-Trilhas: conectar os três vetores de manutenção e promoção de trilhas ecológicas - o público, as unidades de conservação e a cadeia econômica produtiva do entorno - por meio de uma plataforma digital.
- Raissa Tamassia Cortes - Criar um jogo lúdico para promover a visitação em áreas naturais com o intuito de engajar os participantes em ações que visem conhecer, preservar e democratizar o acesso à natureza.
- Ricardo Aguiar Borges - Fortalecimento dos núcleos de comunicação integrada e de articulação regional da Grande Reserva Mata Atlântica, como metodologia para marketing e implantação de territórios produtores de natureza em estímulo à todas as iniciativas regionais compatíveis com a conservação.

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